sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Afinal como é feita a agricultura de precisão?

        As etapas básicas do sistema de agricultura de precisão são: a coleta de dados, o planejamento do gerenciamento, e a aplicação localizada dos insumos.
       Na primeira etapa o objetivo é identificar a variabilidade existente em campo dos diversos fatores de produção (solo, pragas, ervas daninhas, etc.) e da própria produção da cultura. para isso primeiramente deve ser feito o mapa de produtividade na colheita. Isto é feito com equipamentos instalados nas colheitadeiras, que marcam cada posição geográfica no campo através de sinais de satélite recebidos com o GPS. Além disso informam, através de sensores de rendimento e umidade, a quantidade e condições físicas dos grãos colhidos em cada trecho percorrido.
       As informações recebidas são processadas por programas de computador, que fazem os mapas com a quantidade produzida em cada trecho colhido. Os mapas de produtividade permitem individualizar a produção da lavoura. Exemplo: uma lavoura de produção média de 100 sc/ha poderá ter áreas que produzem 60 e outrs 130 sc/ha. Com os mapas, estas áreas podem ser visualizadas.
       No exemplo abaixo, você pode ver dois modelos de mapas de produtividade. As legendas de cores indicam as diferenças de produtividade da lavoura.

 
             A segunda etapa consiste em se processar esses dados (dos mapas de produtividade da colheita) para avaliar e quantificar a variabilidade medida, tentar relacionar a variabilidade da produção com a dos fatores de produção, propor estratégias de gerenciamento agrícola que levem em conta esse cenário de variabilidade, consolidados na forma de mapas de aplicação dos insumos
            Após as analises das amostras do solo coletado, das plantas daninhas o agricultor terá mapas que traduzem a fertilidade da área, a ocupação das plantas daninhas e muitos outros mapas como, umidade, pH, estrutura e drenagem do solo, densidade de plantas e estagio de crescimento e área em metros quadrados e não em hectares como vem sendo feito até agora.
         O mapa de produtividade é interpretado para obter o diagnóstico correto ( concentração de nutrientes, umidade, ocorrência de doenças, etc...) da situação de cada parte da lavoura (essa análise exige conhecimentos de agronomia).
Também é necessários fazer o mapa de fertilidade do solo, conseguido através da coleta (registrada por GPS) e análise de uma ou mais amostras do solo. Este mapa indica o teor da cada nutriente no solo em cada ponto da área cultivada, permitindo identificar onde existe ausência ou excesso de nutrientes necessários ao desenvolvimento das plantas.
          Depois da análise e interpretação dos mapas de produtividade e fertilidade, além de outras informações, confecciona-se os mapas para aplicação localizada dos insumos. Estes mapas indicam qual insumo, quantidade, e posição exata para aplicação. A grande vantagem é que ao invés de calcular, por uma média, o quanto a área a ser cultivada necessita de sementes, calcário, adubo, herbicida e inseticida, o agricultor vai poder aplicar apenas a quantidade necessária para cada diferente zona do terreno.
         Todos estes dados são armazenados num cartão magnético, que será lido por computadores instalados nos tratores e máquinas de aplicação localizada. 
          Na terceira etapa serão utilizadas máquinas agrícolas com a capacidade aplicar os insumos em taxa variável ao longo do talhão, de forma automática, e levando em conta a sua posição no campo. Estas máquinas contam com controladores de aplicação inteligentes conectados ao GPS, que seguem as instruções estabelecidas nos mapas confeccionados com a recomendação da aplicação detalhada para cada ponto do terreno gerados na etapa anterior, e e informa à semeadora ou adubadora a quantidade e momento exato em que ela deve despejar os insumos no solo. Por exemplo no caso da semeadora quanto mais fértil for aquele trecho do terreno, menos sementes serão lançadas e vice-versa. Diversas máquinas com essa capacidade já estão disponíveis no mercado e estão em franca evolução tecnológica.Os insumos aplicados podem ser sementes, pesticidas, fertilizantes, corretivos, defensivos e outros.
 Resumindo o processo, um ciclo completo pode ser descrito assim:
1ª - colheita feita com máquina equipada com sensores e receptor GPS para localização;
2ª - análise e confecção do mapa de produtividade;
3ª - análise de solo e outros fatores em busca das causas da variação de produtividade;
 
4ª -  geração do mapa de aplicação localizada de acordo com o resultado das análises e aplicação de fertilizantes e micronutrientes em taxas variáveis;
5ª - plantio em taxas variáveis conforme o potencial produtivo de cada região analisada em cada parte da área, conforme o mapa de aplicação;
6ª - mapeamento de invasoras, doenças, insetos, etc da lavoura;
7ª - aplicação localizada a taxas variáveis de produtos químicos, conforme a intensidade de invasoras, insetos e doenças em cada ponto da lavoura;
8ª - nova colheita iniciando um novo ciclo da AP.
A cada novo ciclo, haverá mais informações sobre a lavoura, o que se tornará as análises cada vez mais confiáveis, gerando um histórico da lavoura.

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