As etapas básicas do sistema de agricultura de precisão são: a coleta de dados, o planejamento do gerenciamento, e a aplicação localizada dos insumos.
Na primeira etapa o objetivo é identificar a variabilidade existente em campo dos diversos fatores de produção (solo, pragas, ervas daninhas, etc.) e da própria produção da cultura. para isso primeiramente deve ser feito o mapa de produtividade na colheita. Isto é feito com equipamentos instalados nas colheitadeiras, que marcam cada posição geográfica no campo através de sinais de satélite recebidos com o GPS. Além disso informam, através de sensores de rendimento e umidade, a quantidade e condições físicas dos grãos colhidos em cada trecho percorrido.
As informações recebidas são processadas por programas de computador, que fazem os mapas com a quantidade produzida em cada trecho colhido. Os mapas de produtividade permitem individualizar a produção da lavoura. Exemplo: uma lavoura de produção média de 100 sc/ha poderá ter áreas que produzem 60 e outrs 130 sc/ha. Com os mapas, estas áreas podem ser visualizadas.
No exemplo abaixo, você pode ver dois modelos de mapas de produtividade. As legendas de cores indicam as diferenças de produtividade da lavoura.
A segunda etapa consiste em se processar esses dados (dos mapas de
produtividade da colheita) para avaliar e quantificar a variabilidade medida,
tentar relacionar a variabilidade da produção com a dos fatores de produção,
propor estratégias de gerenciamento agrícola que levem em conta esse cenário de
variabilidade, consolidados na forma de mapas de aplicação dos insumos
Após as analises das amostras do solo coletado, das plantas daninhas o
agricultor terá mapas que traduzem a fertilidade da área, a ocupação das
plantas daninhas e muitos outros mapas como, umidade, pH, estrutura e drenagem
do solo, densidade de plantas e estagio de crescimento e área em metros
quadrados e não em hectares como vem sendo feito até agora.
O mapa de produtividade é interpretado para obter o diagnóstico correto
( concentração de nutrientes, umidade, ocorrência de doenças, etc...) da
situação de cada parte da lavoura (essa análise exige conhecimentos de
agronomia).
Também é necessários fazer o mapa de fertilidade do solo, conseguido
através da coleta (registrada por GPS) e análise de uma ou
mais amostras do solo. Este mapa indica o teor da cada nutriente no solo em
cada ponto da área cultivada, permitindo identificar onde existe ausência ou
excesso de nutrientes necessários ao desenvolvimento das plantas.
Depois da análise e interpretação dos mapas de produtividade e
fertilidade, além de outras informações, confecciona-se os mapas para aplicação
localizada dos insumos. Estes mapas indicam qual insumo, quantidade, e posição
exata para aplicação. A grande vantagem é que ao invés de calcular, por uma
média, o quanto a área a ser cultivada necessita de sementes, calcário, adubo,
herbicida e inseticida, o agricultor vai poder aplicar apenas a quantidade
necessária para cada diferente zona do terreno.
Todos estes dados são armazenados num cartão magnético, que será lido
por computadores instalados nos tratores e máquinas de aplicação
localizada.
Na terceira etapa serão utilizadas máquinas agrícolas com a capacidade
aplicar os insumos em taxa variável ao longo do talhão, de forma automática, e
levando em conta a sua posição no campo. Estas máquinas contam com
controladores de aplicação inteligentes conectados ao GPS, que seguem as
instruções estabelecidas nos mapas confeccionados com a recomendação da
aplicação detalhada para cada ponto do terreno gerados na etapa anterior, e e
informa à semeadora ou adubadora a quantidade e momento exato em que ela deve
despejar os insumos no solo. Por exemplo no caso da semeadora quanto mais
fértil for aquele trecho do terreno, menos sementes serão lançadas e
vice-versa. Diversas máquinas com essa capacidade já estão disponíveis no
mercado e estão em franca evolução tecnológica.Os insumos aplicados podem ser
sementes, pesticidas, fertilizantes, corretivos, defensivos e outros.
Resumindo o processo, um ciclo completo pode ser descrito assim:
1ª - colheita feita com máquina equipada com sensores e receptor GPS
para localização;
2ª - análise e confecção do mapa de produtividade;
3ª - análise de solo e outros fatores em busca das causas da variação de
produtividade;
4ª - geração do mapa de aplicação localizada de acordo com o
resultado das análises e aplicação de fertilizantes e micronutrientes em taxas
variáveis;
5ª - plantio em taxas variáveis conforme o potencial produtivo de cada
região analisada em cada parte da área, conforme o mapa de aplicação;
6ª - mapeamento de invasoras, doenças, insetos, etc da lavoura;
7ª - aplicação localizada a taxas variáveis de produtos químicos,
conforme a intensidade de invasoras, insetos e doenças em cada ponto da
lavoura;
8ª - nova colheita iniciando um novo ciclo da AP.
A cada novo ciclo, haverá
mais informações sobre a lavoura, o que se tornará as análises cada vez mais
confiáveis, gerando um histórico da lavoura.
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